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janeiro 12, 2015

Há duas alturas do ano que aprecio bastante: o Natal e a eleição de melhor jogador do ano. O Natal já não é o que era. Já não recebo a quantidade de prendas que recebia antigamente e também não tenho dinheiro para oferecer tantas quantas queria. Em compensação, a eleição de melhor jogador do mundo tem vindo a melhorar com os anos. 

Esta é aquela altura do ano pela qual qualquer pessoa que gosta de futebol anseia. A maioria das pessoas quer saber quem foi eleito o melhor treinador e jogador e essas coisas todas que fazem a gala demorar tanto como um jogo de futebol. Eu, que na maioria das vezes consigo prever quem é que vai ganhar tudo, só quero ver os comentários à gala e os fatos do Messi. 

Pessoas que não diferenciam um canto de um pontapé de baliza, tornam-se no Carlos Daniel e tentam fazer de mim o Nuno Luz se eu digo que o Ronaldo não merecia o prémio. Mas digo. Para mim ficava em segundo. Ganhava o Neuer. É impossível comparar-se um jogador de campo com um guarda-redes. Neuer nunca há-de bater os recordes de golos de Messi e Ronaldo e, no entanto, não deixou de ser decisivo para a conquista do campeonato do Mundo pela Alemanha ou da Bundesliga pelo Bayern. Mas quem é que valoriza alguém que evita golos, quando tem ao lado alguém que os marca?

O que me atormenta verdadeiramente nem é o facto de o Ronaldo ter ganho (até porque já toda a gente sabia que era isso que ia acontecer) mas sim o Messi ter acabado em segundo. Se fosse eu, nem nos três primeiros ficava, mas o sistema em que argentinos votam em argentinos e os dois primeiros classificados votam nos últimos é claramente mais eficaz do que o meu cérebro. Se o Neuer fosse capitão da Alemanha, será que tinha votado no Messi e no Ronaldo? Fica a pergunta inútil.

P.S. Eu adoro o David Luíz, a sério que adoro, mas o que é que ele está a fazer na equipa do ano? 

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